Síndrome Alcoólica Fetal (SAF): Diagnóstico, Fisiopatologia e Prevenção
Introdução
A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) é um conjunto de anormalidades congênitas e de desenvolvimento que podem ocorrer em um feto devido à exposição pré-natal ao álcool. Embora qualquer nível de consumo de álcool durante a gestação seja considerado de risco, a SAF é mais comumente observada em filhos de mães que consomem álcool esporadicamente, mas em grandes quantidades, resultando em picos elevados de etanol na corrente sanguínea materna (2).
Fisiopatologia
As principais características clínicas da SAF, que refletem a ampla gama de efeitos teratogênicos do álcool no desenvolvimento fetal, incluem (2):
- Anormalidades no desenvolvimento facial: Como olhos afastados, fissuras palpebrais curtas e malares pequenos (1, 2). Outras características faciais típicas são epicanto, hipoplasia da região média da face, depressão e alargamento da ponte nasal, anteversão das narinas, filtro hipoplásico longo e lábio superior fino (1).
- Circunferência craniana reduzida (1, 2).
- Atraso de crescimento: Geralmente persiste após o parto e, com frequência, até a adolescência (1, 2).
- Atraso mental e anormalidades comportamentais: Incluindo hiperatividade e dificuldades de integração social (2).
- Anormalidades anatômicas: Como anomalias cardíacas (2).
Diagnóstico
Segundo o Institute of Medicine (IOM), o diagnóstico da SAF exige a presença dos seguintes critérios (1):
- Exposição materna ao álcool confirmada durante a gestação.
- Presença de um padrão característico de anomalias faciais.
- Retardo do crescimento.
- Anormalidades do desenvolvimento do sistema nervoso central. As anomalias do SNC podem incluir diminuição do tamanho da cabeça, anormalidade da estrutura cerebral, comprometimento das habilidades motoras finas, perda da audição, marcha anormal e má coordenação mão-olho (1).
Prevenção
A única medida preventiva comprovadamente eficaz para a SAF é a abstinência alcoólica total durante toda a gestação (1). Não existe um nível seguro de consumo de álcool para gestantes, apesar de não haver evidências de que quantidades menores que duas unidades de álcool sejam prejudiciais (2). Portanto, a orientação mais segura é evitar completamente o consumo de álcool durante a gravidez.
Referências Bibliográficas
- ROSS, A. C. et al. Nutrição Moderna de Shils na Saúde e na Doença. 11. ed. São Paulo: Manole, 2016. 1642 p.
- RITTER, J. M. et al. Rang & Dale Farmacologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020. 789 p.