Síndromes e Entidades Nosológicas: Distinções no Contexto Clínico


Síndromes e Entidades Nosológicas: Distinções no Contexto Clínico


Introdução

No cenário clínico, a manifestação de sinais e sintomas não é aleatória; pelo contrário, tende a surgir em agrupamentos específicos com frequências variáveis. Compreender a diferença entre síndromes e entidades nosológicas é crucial para a correta avaliação e manejo das condições de saúde.


Síndromes: Agrupamento de Sinais e Sintomas

As síndromes são conceituadas como conjuntos de sinais e sintomas que apresentam relativa constância e estabilidade (1). Uma síndrome configura-se como uma categorização fundamentalmente descritiva, representando um agregado de manifestações clínicas que podem ser transitórias ou recorrentes (1).

Em outras palavras, uma síndrome descreve um padrão reconhecível de sintomas que ocorrem juntos, sem necessariamente implicar em uma causa única ou mecanismo fisiopatológico totalmente compreendido. O foco está no “o quê” das manifestações clínicas.


Entidades Nosológicas: Doenças e Transtornos Específicos

Em contrapartida, as entidades nosológicas – que incluem doenças ou transtornos específicos (como esquizofrenia, doença de Alzheimer, anorexia nervosa) – são consideradas fenômenos mórbidos nos quais se busca identificar, ou ao menos inferir com consistência, diversos fatores (1):

  • Fatores etiológicos definidos.
  • Um curso clínico relativamente homogêneo.
  • Padrões evolutivos distintivos.
  • Desfechos característicos.

Adicionalmente, no estudo das entidades nosológicas ou transtornos, objetiva-se a identificação de mecanismos psicopatológicos e psicológicos particulares, antecedentes genético-familiares com algum grau de especificidade e uma responsividade terapêutica relativamente previsível às intervenções implementadas (1). O foco aqui é no “porquê” e no “como” da condição.

Em resumo, enquanto a síndrome é uma descrição de um agrupamento de sintomas, a entidade nosológica (doença ou transtorno) é uma categoria mais elaborada que busca compreender a causa, o desenvolvimento e a resposta ao tratamento de uma condição.


Referência Bibliográfica

  1. Dalgalarrondo P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. Porto Alegre: Artmed; 2019.