Stryphnodendron adstringens: Propriedades Cicatrizantes e Antiulcerogênicas
Introdução
A Stryphnodendron adstringens, popularmente conhecida como barbatimão, é uma planta nativa amplamente utilizada na medicina tradicional brasileira, especialmente por suas notáveis propriedades adstringentes, anti-inflamatórias e cicatrizantes. A casca dessa árvore concentra diversos compostos bioativos que justificam seu emprego em condições como úlceras e na promoção da cicatrização.
Aspectos Botânicos e Fitoquímicos
Nomenclatura e Parte Utilizada
O nome científico da planta é Stryphnodendron adstringens, embora também seja conhecida por sinônimos como Acacia adstringens, Mimosa virginalis e Stryphnodendron barbatiman. Popularmente, é referida como barbatimão. A casca é a parte da planta mais utilizada para fins terapêuticos.
Compostos Bioativos
A casca do barbatimão é rica em diversos compostos bioativos, incluindo:
- Taninos (1).
- Derivados fenólicos, como flavonoides e catequinas (1).
- Saponinas (1).
Ações Farmacológicas e Indicações Clínicas
As principais indicações para o uso do barbatimão são:
- Cicatrização (1).
- Tratamento de úlceras (1).
- Atua como anti-inflamatório e antisséptico em mucosa oral e genital (conforme RDC 10/2010) (1).
- Possui efeito antiulcerogênico (1).
Úlceras
Estudos demonstraram a atividade antiulcerogênica de extratos totais e frações de barbatimão em úlceras gástricas induzidas por estresse e etanol em cobaias (1). Um estudo avaliou doses de 200-800 mg/kg de extrato aquoso administrado via oral, confirmando os efeitos antiulcerogênicos e anti-inflamatórios do extrato (1). No entanto, é importante notar que ainda não há segurança estabelecida para o uso interno (oral) generalizado do barbatimão (1).
Cicatrização
A decocção da casca do barbatimão demonstrou efeitos cicatrizantes, que são provavelmente atribuídos à sua elevada concentração de taninos (1). Outro estudo confirmou esse benefício utilizando uma solução tópica aquosa de barbatimão, preparada por decocção de 20g de casca para 150mL de água, fervida por 50 minutos (1).
Posologia
As posologias recomendadas para o barbatimão, geralmente para uso externo, incluem:
- Decocto: 30g da casca para 500mL de água fervida. Utilizar entre 50-200mL/dia em compressas e banhos (1).
- Extrato fluido: 1-5mL/dia (1).
- Tintura: 5-25mL/dia (1).
Toxicidade
A administração oral do extrato de barbatimão por mais de 30 dias pode provocar efeitos danosos à saúde (1). Isso é possivelmente devido à grande quantidade de taninos, que, além de interferirem na absorção de outros nutrientes, são metabolizados em compostos tóxicos (1).
Referências Bibliográficas
- SAAD, G. de A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.