Tanacetum parthenium: Potencial Profilático na Enxaqueca
Introdução
O Tanacetum parthenium, conhecido popularmente como tanaceto, é uma planta historicamente empregada na medicina tradicional, e atualmente tem sido investigada por suas propriedades profiláticas, especialmente no manejo da enxaqueca. Seu complexo perfil fitoquímico confere-lhe ações que podem modular processos inflamatórios e dolorosos.
Aspectos Botânicos e Fitoquímicos
Nomenclatura e Parte Utilizada
O nome científico da planta é Tanacetum parthenium, sendo também referida por sinônimos como Chrysanthemum parthenium e Pyrethrum parthenium (1). Popularmente, é conhecida como tanaceto, camomila gigante, atanásia ou erva-de-são-marcos (1). A parte aérea da planta é utilizada para a extração de seus compostos bioativos (1).
Compostos Bioativos
A Tanacetum parthenium é rica em uma variedade de compostos bioativos, incluindo:
- Óleo essencial: Com componentes como alfa-pineno e derivados (cânfora, canfeno, p-cimeno) (1).
- Lactonas sesquiterpênicas: Eudesmanolídeo, germacranolídeo e guaianolídeo (1).
- Ácidos fenólicos (1).
- Flavonoides: Quercetina, apigenina, luteolina e chrysoeriol (1).
- Princípios amargos (1).
- Fitosterina (1).
- Ácido tânico (1).
- Derivados acetilênicos (1).
Ações Farmacológicas e Indicações Clínicas
O Tanaceto é uma planta cuja prescrição é MÉDICA (1).
Enxaquecas
A principal indicação do Tanacetum parthenium é para a profilaxia de enxaquecas, pois seu efeito na crise aguda ainda não foi comprovado (1).
O extrato de T. parthenium ou o partenolídeo puro demonstraram a capacidade de inibir a produção de prostaglandinas, que são mediadores da dor e da inflamação (1). Em estudos com camundongos, o extrato de tanaceto, administrado por via oral nas doses de 10, 20 e 40 mg/kg, apresentou atividade antinociceptiva e anti-inflamatória (1). Outro estudo revelou que o extrato obtido das flores é eficaz no alívio de dores agudas neuropáticas, inflamatórias e articulares (1).
Em um estudo clínico, foi observada uma redução significativa na intensidade da dor durante a enxaqueca e na gravidade dos sintomas associados; no entanto, esses dados ainda são considerados controversos (1).
Posologia
As posologias recomendadas para o Tanacetum parthenium incluem:
- Droga vegetal em pó: 500-1000 mg/dia (1).
- Tintura: 30-50 gotas/dia (1).
- Extrato seco padronizado em 0,1 a 0,2% de partenolídeos: 200-500 mg/dia (1).
- Partes aéreas secas: 50-200 mg/dia (1).
Contraindicações
O uso de Tanacetum parthenium é contraindicado para:
- Gestantes e lactantes: Devido à falta de estudos que comprovem sua segurança nessa população (1).
- Crianças e adolescentes: Também pela ausência de estudos que estabeleçam a segurança para essas faixas etárias (1).
Referências Bibliográficas
- SAAD, G. de A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.