Varronia curassavica (erva-baleeira): Propriedades Anti-inflamatórias e Gastroprotetoras


Varronia curassavica (erva-baleeira): Propriedades Anti-inflamatórias e Gastroprotetoras


Introdução

A Varronia curassavica, popularmente conhecida como erva-baleeira, é uma planta medicinal amplamente utilizada na medicina tradicional para o tratamento de diversas condições inflamatórias e gastrointestinais. Suas propriedades terapêuticas são atribuídas à sua rica composição fitoquímica.


Nomenclatura e Componentes

  • Nome Científico: Varronia curassavica; Cordia macrostachya (1)
  • Nome Popular: Erva-baleeira, cordia, camarinha, erva-preta, entre outros (1)
  • Parte Utilizada: Folhas (1)

Compostos Bioativos

As folhas da Varronia curassavica contêm uma variedade de compostos bioativos, incluindo:

  • Flavonoides: Artemetina (1)
  • Sitosterol (1)
  • Terpenoides: Cordialina A e B (1)
  • Óleo essencial: Composto por β-cariofileno, α-pineno, β-felandreno, acetato de citronelol, β-elemeno, entre outros (1)
  • Mucilagem (1)
  • Saponinas (1)
  • Alcaloides (1)
  • Xantonas (1)
  • Fenóis (1)
  • Esteroides (1)
  • Taninos (1)
  • Sais minerais (1)
  • Quinonas (1)
  • Cumarina (1)

Principais Indicações Terapêuticas

As principais indicações para o uso da Varronia curassavica são:

  • Doenças reumáticas: Artralgia, artrose e artrite (1)
  • Dores musculares (1)
  • Gastroproteção (1)

Efeito Anti-inflamatório

Estudos pré-clínicos em modelos experimentais de inflamação e nocicepção demonstram que os extratos e o óleo essencial da planta exibem um importante efeito anti-inflamatório e analgésico (1). Observou-se que o óleo é capaz de inibir a migração de células inflamatórias em diversos ensaios farmacológicos (1). Dois constituintes presentes no óleo apresentaram atividade anti-inflamatória por via oral, e esse efeito foi associado à ativação ou inibição de mediadores inflamatórios como bradicinina, fator de agregação plaquetária, histamina, IL-1β, TNF-α e PGE2 (1).

Atividade Gastroprotetora

Em modelos de lesão gástrica induzida por etanol/HCl 0,3M e etanol puro, foi observado um efeito protetor (1). Esse efeito foi associado ao aumento da produção de óxido nítrico (NO), visto que o tratamento prévio com um inibidor de NO reduziu significativamente a atividade do extrato (1). Essa interferência na biossíntese do NO é crucial na gastroproteção, pois esse mediador é atualmente reconhecido como um importante fator endógeno envolvido na proteção das células gástricas (1). Além disso, a presença de outros constituintes gastroprotetores também auxilia nos efeitos observados (1), corroborando o uso tradicional dessa espécie como agente antiulcerogênico (1).

Para a gastroproteção, doses de 125-250 mg/kg mostraram-se eficazes na redução de lesões induzidas por etanol (1). Alternativamente, pode ser utilizado o decocto preparado com 10g de folhas por xícara, consumido duas vezes ao dia (1).


Posologia

A posologia da Varronia curassavica varia conforme a forma de uso:

  • Uso interno:
    • Infusão: 1-5g/dia (1)
    • Tintura: 5-25mL/dia (1)
    • Extrato seco: 200-1000 mg/dia (1)
  • Uso externo:
    • Cataplasma: 20-30g da folha (1)
    • Folhas secas em infusão: 3g/150mL – Aplicar compressas três vezes ao dia (1)

Contraindicações e Toxicidade

  • Gravidez: Não há estudos suficientes para garantir a segurança (1).
  • Amamentação: Não há estudos suficientes para garantir a segurança (1).
  • O extrato em doses acima de 400 mg/kg mostrou-se tóxico em estudos (1).

Referências Bibliográficas

  1. SAAD, G. A.; LÉDA, P. H. O.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. Fitoterapia Contemporânea: Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.

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