Potencial Terapêutico da Vitis vinifera em Condições Crônicas
Introdução
A Vitis vinifera, popularmente conhecida como videira, tem sido extensivamente investigada por suas propriedades terapêuticas, especialmente no que se refere ao manejo de diabetes, hipertensão e varizes.
Nomenclatura e Compostos Bioativos
O nome científico da videira é Vitis vinifera. Suas propriedades terapêuticas são atribuídas à presença de diversos compostos bioativos, notadamente:
- Flavonoides: Incluem quercetina, isoquercitrina e kaempferol.
- Antocianinas
- Proantocianidinas
As partes utilizadas para fins medicinais são a casca e a semente.
Principais Indicações Clínicas
A Vitis vinifera é indicada para:
- Hipertensão
- Diabetes (4)
- Varizes (1, 2, 3)
Evidências Científicas
Hipertensão
Estudos em ratos demonstraram que o uso da semente de Vitis vinifera resultou na diminuição da pressão arterial. Acredita-se que essa ação ocorra por meio do aumento da produção de óxido nítrico, juntamente com uma melhora nos processos inflamatórios. Observou-se que doses inferiores a 800 mg, administradas por pelo menos 8 semanas, foram eficazes.
Posologia Sugerida para Hipertensão:
- Extrato seco padronizado (90% proantocianidinas): 150-800 mg/dia, geralmente divididos em duas doses de até 250 mg/dia.
- Pó da semente de uva: 1 colher de sopa (aproximadamente 20 g).
Varizes
No tratamento de varizes, a Vitis vinifera atua modulando a inflamação e exibindo efeitos antioxidantes. Seu mecanismo de ação envolve o aumento da sintase do óxido nítrico (NOSe) e do óxido nítrico (NO), além da redução de espécies oxidativas (EO) (1, 2, 3).
Clinicamente, observou-se uma redução do edema (circunferência da panturrilha e tornozelo), menor sensação de cansaço e peso nas pernas, diminuição da dor e melhora da microcirculação cutânea.
Posologia Sugerida para Varizes:
- Farinha da casca ou semente de uva: 1 colher de sopa (aproximadamente 20 g).
Diabetes
Uma meta-análise revelou que a administração de 100-300 mg/dia do extrato da semente de uva, por um período de 4 a 8 semanas, promoveu uma redução significativa da glicemia de jejum e dos níveis de PCR (Proteína C-Reativa), um marcador inflamatório (4).
Referências Bibliográficas
- TISSERANT, L.-P. et al. Enhanced Stilbene Production and Excretion in Vitis vinifera cv Pinot Noir Hairy Root Cultures. Molecules, [s. l.], v. 21, n. 12, p. 1703, 10 dez. 2016. Disponível em: http://www.mdpi.com/1420-3049/21/12/1703.
- PINNA, C.; MORAZZONI, P.; SALA, A. Proanthocyanidins from Vitis vinifera inhibit oxidative stress-induced vascular impairment in pulmonary arteries from diabetic rats. Phytomedicine, [s. l.], v. 25, p. 39–44, fev. 2017. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S094471131630263X.
- ALBUQUERQUE, J. G. F. et al. Antioxidant and vasorelaxant activities induced by northeastern Brazilian fermented grape skins. BMC Complement Altern Med, [s. l.], v. 17, n. 1, p. 376, 28 dez. 2017. Disponível em: http://bmccomplementalternmed.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12906-017-1881-2.
- ASBAGHI, O. et al. The effects of grape seed extract on glycemic control, serum lipoproteins, inflammation, and body weight: A systematic review and meta‐analysis of randomized controlled trials. Phyther Res, [s. l.], v. 34, n. 2, p. 239–253, 26 fev. 2020. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ptr.6518.